21.9.11

eternity

Nada tem um lindo para sempre, geralmente não resta nem um "feliz" para completar o "para sempre", que não é verdade. A eternidade é uma mentira assim como todas as outras que nos contam para tentar ilustrar um cenário um tanto quanto preto e branco, que é a vida. Nem tão preto assim, somos felizes mas não para sempre, assim como somos tristes porém, não para sempre, porque nada é eterno, nem a vida, nem a morte, nem qualquer pessoa, relação, emoção, reação.
 Acho que, na verdade, são apenas momentos, o que nos faz pensar que eles são eternos são as lembranças, que também não são eternas. O que é eterno permanece igual sempre e as lembranças mudam conforme nossa opinião sobre as pessoas muda, lembranças não seriam nada sem elas. Desse modo, me vi quase escrevendo sobre amor, que também não é eterno, mas é bom enquanto dura, enquanto deve durar. Depois tudo é só lembrança, então a gente morre.

12.9.11

welcome home

O silêncio era bom, acompanhado de um dia nem tão frio nem tão quente perfeitamente enfeitado por um céu azul em que sol batia no meu rosto. Olhos fechados, porém vendo tudo, tudo que existe fora daqui, dentro de lá. 
 As folhas balançam conforme o vento as faz dançar, montam uma melodia. Elas são fantasmas que uivam contra o vento, roubam meus pesadelos e deixam nada além de um gratificante estado pacífico entre ser e estar. Cura os traços de velhas cicatrizes sobre o branco de minha pele que parecia ofuscar ao sol. O rosto quase exageradamente preenchido de uma coloração rosa, natural. 
 O silêncio e o balanço das árvores era o som perfeito, nada a mais ou a menos poderia deixar aquele momento mais acomodante, afinal, eu estava em casa.

3.9.11

got the vision

 Viajo, vejo o horizonte, vejo gansos, vejo uma linha púrpura entre alcançável e inalcançável, vejo flores, vejo o céu, vejo o mar, vejo o inferno e então vejo você.
 Viajo, vejo o mundo, vejo tudo, vejo nada, vejo o que viajo, vejo as pessoas e então vejo o mal.
 Viajo e então mergulho, vejo as cores, vejo a luz. Sinto o sol e sinto a solidão, era bom. Me vi sorrindo, ri de mim, não lembrei dos meus medos, não lembrei de ninguém. Nem de mim.