27.12.12

There's someone in my head but it's not me

  Mas o que é isto que me contorna, contorce, retorna, remexe, revira, revive?
  Permissão. 
  Submeter-se a si é a forma mais concreta de encontrar-se. Toda forma, cor, expressão que brota não aprende a viver por si só e não sabe conter-se sob um pequeno espaço dentro de um universo que não sabe viver isolado. Assusta. Cultivar a vida nua e crua em sua integridade selvagem dentro de si e apenas para si é prender toda a flora de um conjunto de ideias e pensamentos vorazes querendo se desprender para dentro de outra mente tão expressiva quanto. Amedronta. Encontrar-se em alguém é entregar-se a algo fora de seu universo complexo e alucinado. Complica. Entregar-se é algo único e, as vezes, um erro. Encontrar-se é sincronizar toda a energia pura e sincera que exista até mesmo no mais fundo dos universos.
 Somos universos cheio de abismos escuros que confundem e relevam. E há quem irá explorar todas as curvas da estrada sinuosa e arriscar-se por cada segredo. Além disso, o pegará e colocará em um dos cantos mais intocáveis do eterno abismo dentro de si. Essa alma, esse universo, essa estrada. Esse abismo é no qual deve afundar-te.

we'll be old

  Afunda-se em pequenas grandes horas num abismo fino e longo, tênue. Passam e morrem, a cada segundo. Morrendo feliz, tentando não morrer. Muito morre, mas existe o bastante para continuar morrendo da mesma forma a cada segundo. 
  Os segundos morrem, a alma renasce, recria. Viaja mas nunca o suficiente. Quando será o suficiente? O quão velhas se tornarão as almas, algumas desacreditadas em existir, mas mais reluzentes ao meio das outras, em perfeita sincronia? 

  Tornaremo-nos velhos sem nunca cansar, talvez da vida, talvez do mundo, talvez de nós. 
  Brilham olhos cansados mas sempre a busca de mais. Sempre acha. Acha, gosta, interpreta, cria, recria, voa, sorri, chora, fala sem muito dizer. Vivem, encantam. Amo-te.
  

5.12.12

thinking, talking, wishing

  E a gente continua, reiventa, ajeita e pensa muito. Não por mal, pensa por bem, pensa no amor que a gente tem.

1.12.12

Querer, ser, sentir

  É o mesmo sábado de algum tempo atrás em que, estando aqui ou não, me pego escrevendo sobre a mesma alma. Você me apanha e me reserva, me adota, me cuida e parece que me joga. O mesmo jogo de velhos truques, de mesmos jogadores. Não cansa, está em evidência. 
  Inconscientemente em mais um sábado me pego pensando sobre a mesma possível falha. O que falta? Nosso jogo sempre trava, vezes continua. Apenas as vezes não me contenta. Sabemos ser simétricos e é fácil sermos assim. Não me cansa esperar, não me cansa pensar desde que a simetria esteja estabelecida. 
  Hoje, infelizemente, é mais um sábado onde não sei te reiventar. 
  Ontem, estranhamente, não sabia te conhecer.
  Amanhã, felizmente, é um novo dia.
  Ande, mas volte. Cresça, mas continue. Nunca me agradará ser um calendário do ano passado. 
  Sob o céu hoje bastante pesado de dúvidas, tentativas e blues tento fazer o que já me pedira: voe alto e longe, voe perto e baixo. Nunca vou me entender, mas nada é certo ao certo. Verdes (ou azuis), possa crer em voar... Não há nada mais a querer, apenas se te ter e te amar.