20.11.16

Quando encaixa

Pele. Toque. Olho a olho. Envolvimento. Selvagem e doce. Sinestesia. Cabelos e mãos e carinho, e força, e pernas, e braços. Cabeça distante do mundo; novo mundo: dois habitantes, sete bilhões de sensações. Todas as sensações. Arrepio, toque, carisma. Conhecimento singular, sublime. Que encaixe! Quebra cabeça perfeito é esse. Corpo plus corpo, toque plus toque, mão eu, mão você: explosão. E segue a dança, sempre tropical, sempre quente, mas sempre com um toque delicado que é simplesmente O toque. Pele, toque, entrada. Permanência. Explosão, explosão. Que satisfatório. Tem momentos que cabem na eternidade. Tem encaixes que alcançam a alma. Pele, toque, olho, carinho, carisma, explosão, êxtase, e conexões que nunca acabam. Corpo com corpo se encontram pelos feromônios da alma. Tem coisas que simplesmente são, e elas são simples e simplesmente, o auge da nossa existência. Não tem nada como te tocar. E viver mais.

2.11.16

A hora do medo

Aprendi em certas páginas sobre a hora do medo. É dessa que eu tenho medo. Mas a minha me encurrala na parede e me conta quando estou perdida e não me diz pra onde ir. Ela me desperta toda simpatia da luta e da fuga, mas eu só fujo. Porque na hora do medo o ponteiro pesa e estagna, eu fujo da hora mas ela nunca acaba de passar. Na hora do medo eu não sei quem eu sou, eu não sei pra onde ir e eu não sei ver cor nenhuma. Eu corro e só encontro o problema. E corro, e a hora me pega, e corro, e a hora não passa, e corro, e a hora me prende de novo no mesmo canto escuro. Na próxima esquina tem luz, mas a hora eclipsa ela. A hora do medo não me deixa ir pra frente. Eu olho e penso e formulo, mas o ponteiro despenca em mim. Quando eu não sei por onde ir, é dessa hora que tenho medo. Mas olha! Lá está a luz. Longe, na próxima esquina. Badala a hora do medo. Caminho, caio, e dói, e eu choro. Badala a hora do medo. Eu tropeço, eu consigo ver a luz. Badala a hora do medo. Eu ando, eu quase não fujo mais. Badala a hora do medo. Eu ando, eu corro, eu vejo tuas curvas na luz. Badala a hora do medo. Estou chegando na luz, já te vejo sorrindo. Badala a hora do medo. Eu entro, te abraço e quase não acredito. Entrou a nova hora, com uma nova era que grita pra mim: chegaste! Dança, ama, sorri! Para cada hora do medo, 23 para viver de novo. E nos reinvento com um beijo.