22.4.18

Tristeza branca

Hoje chorei quieto mais vezes do que um domingo permite. Tem algo que cresce dentro de mim e é aquele famoso monstro sem forma, sem cor, sem definição, mas que dá um soco tão forte no estômago que viver dói. Os dias são os mesmos e as tarefas são as mesmas, mas a força é diferente. Me arrasto em uma dança que sei que posso flutuar, e quem me derruba é a força do pensamento. Estou num quarto e não tem ninguém além de mim, mas cada passo que dou derruba alguém que eu amo do lado de fora. E ai dói muito mais. E curiosamente a minha voz não sai quando preciso pedir ajuda. E, enquanto ela não sai, agonizo com minha lista de tarefas. E ai eu caio mais, e tem dias que falta corda pra me puxar de volta.