Something
30.6.18
Viver é melhor que sonhar
A manhã de sábado é o melhor momento de qualquer semana. Na manhã que já é meio dia, quando abro os olhos e você está, eu já sou muito mais feliz. E quando teus olhos também abrem e teu corpo abraça o meu, eu sou imensamente feliz. E as vezes tenho medo que não exista tempo o suficiente nesse mundo pra esse deixar de ser o meu momento mais feliz. Toda minha felicidade cabe ali, num pequeno grande instante em que o mundo é bom de novo.
22.4.18
Tristeza branca
Hoje chorei quieto mais vezes do que um domingo permite. Tem algo que cresce dentro de mim e é aquele famoso monstro sem forma, sem cor, sem definição, mas que dá um soco tão forte no estômago que viver dói. Os dias são os mesmos e as tarefas são as mesmas, mas a força é diferente. Me arrasto em uma dança que sei que posso flutuar, e quem me derruba é a força do pensamento. Estou num quarto e não tem ninguém além de mim, mas cada passo que dou derruba alguém que eu amo do lado de fora. E ai dói muito mais. E curiosamente a minha voz não sai quando preciso pedir ajuda. E, enquanto ela não sai, agonizo com minha lista de tarefas. E ai eu caio mais, e tem dias que falta corda pra me puxar de volta.
15.3.17
Todo mundo tem uma saudade
Cruzamos com tantas faces e em algumas tropeçamos na bagagem que levam. O passado é uma mala intransferível que sempre carrega histórias de alguém. Pesa a mala, as vezes dói a levar sozinho. Malas que poucas vezes abrimos e, quando abrimos, tiramos um pedacinho de cada vez, cheio de medo de que, quem parou para ver, vá embora. Têm pedacinhos bem quebrados e alguns a gente até consegue juntar de volta e seguir com uma coisa a menos quebrada. Mas tem uns retalhos que estão tão no fundo que não existe a remota chance de os mostrar pra alguém ou tentar os reunir novamente. Ô mala que pesa cada dia mais num lombo cada dia mais velho. Ficar velho é encher a mala, mas é também ter menos força pra a carregar sozinho. As vezes tropeçamos em pessoas que não querem ficar ou não podem ficar, e elas também pesam na mala. Mas tropeçamos com pessoas que talvez um gerente do trânsito de tantas pessoas e malas faz a gente encontrar. Ele faz eu dobrar uma esquina aqui, você ali, e mais algumas pessoas do outro lado. E, sem muita explicação, tropeçamos. E as vezes esse tropeço vira um grande objeto lindo e leve para a mala. Olhamos para o coadjuvante do tropeço e, as vezes, decidimos que podemos dividir esse peso, juntos. Não é necessário desvendar todo conteúdo da mala, pois a abrir inteira também significa que pedaços irão cair e quebrar um pouco mais. Mas aqueles pedaços intactos e fragéis e valiosos, a gente ajuda a levar. É uma mala cheia de saudade. Todo mundo tem saudade de alguma coisa que teve que pesar na mala. Mas todo mundo tropeça em alguém que faz do presente a leveza necessária para conviver com um passado pesado e prospectar um futuro mais leve. Talvez a mala não fique menos pesada, mas temos alguém para dividir o peso pela metade. E poder ter tempo de sorrir.
13.2.17
Renascence
Sobre renascer, tornei-me grata. A gente é maior que o tempo e a poeira que ele vai deixando. Dias simplesmente para viver ao teu lado de forma tenra, de chegada suave, mas sem amor escondido. Ter teu colo de novo é um conforto que guardo no mais íntimo dos meus pensamentos. E teu olhos, ainda um pouco vagos, mas que sempre acabam encontrando os meus. Não tenho porque esconder essas sensações e nem porque deixar de dizer que poder pousar aqui e ter tua vontade é como ser feliz de novo. Espero os dias de amor vivaz e selvagem, mas hoje? Hoje eu contemplo as voltas que damos na infinita valsa a nossa moda. Como é bonita. A dança, o ritmo e o desenho que vamos pintando. Pego tua mão e, de novo, seguimos colorindo.
6.2.17
Textos que você nunca leu do meu caderno
Queria te ver bonito com as calças novas e a camiseta que escolhi. E teus braços circulando meu corpo. Andamos por ai, conversando sobre mil coisas na orla da praia e rindo e sendo a gente. Nem eu aguento mais as paredes do meu quarto e meu pijama gasto. Quero sair e sentir o vento, mas com teus braços que nunca me deixam ter frio. E dormir com o braço. E acordar com teu rosto. Queria te ver, tu, assim, inteiro como eu amo.
20.1.17
Quando bate aquela saudade
Agora quando parei, ficou um silêncio e eu percebi no meu peito quanto eu tenho sentido saudades. Não aquela saudade doída de tristeza, mas aquela que se sente e dá a sensação de que meu corpo precisava estar entrelaçado no teu. Que é de noite, tarde e escuro no quarto e sinto teu calor cobrindo meu corpo e é tudo que preciso. Aquela saudade que lembra como as coisas são doces e tenras. E de como elas podem ser. Aquela saudade que lembra baixinho como é fácil as coisas serem leves, e lindas, e tudo. Aquela saudade que desenha um filminho de verdades na cabeça com aquele direito que nenhum outro filme dá: lembrar do toque, do sussurro, do calor. Quando Bate Aquela Saudade: eu tô com uma vontade danada de ir dormir bem cansado e acordar do teu lado pra te dizer que eu te amo, eu te amo demais... lá lá la lá lá lá lá lá lá!
14.1.17
silence strikes again
Tentei cantar e foi horrível. E isso nunca significou tanto. E isso porque não sei tocar e cantar. E isso porque não sou uma boa dupla de um. Mas, quando canto a dois, significa tudo. E é maravilhoso.
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